sexta-feira, 4 de abril de 2014

Saiba Mais Musicoterapia: Musicoterapia na Saúde Mental






Olá!!

Hoje voltamos com mais um texto pra vocês, para explicar basicamente como atua a Musicoterapia em diferentes áreas e com isso, ajudar a compreender que o Musicoterapeuta sempre interage musicalmente, utilizando a música em suas relações, intervenções, compreensões e reflexões sobre seus pacientes.

Nosso assunto agora é o que a Musicoterapia faz ao atuar na Saúde Mental, quais são os benefícios, os quadros encontrados, como são as intervenções e por aí vai.

Mas comecemos pelo começo - pleonasticamente: o que é Saúde Mental? Emprestaremos aqui as definições da Secretaria da Saúde do PR, por as acharmos simples e de qualidade:

O QUE É SAÚDE MENTAL?

1. Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. (Dr. Lorusso);

2. Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.

3. Os seguintes itens foram identificados como critérios de saúde mental:
1. Atitudes positivas em relação a si próprio
2. Crescimento, desenvolvimento e auto-realização
3. Integração e resposta emocional
4. Autonomia e autodeterminação
5. Percepção apurada da realidade
6. Domínio ambiental e competência social;

Dito isto, nesta área atuamos em consultórios, CAPS, clínicas  e hospitais psiquiátricos, que oferecem por vezes atendimentos ambulatoriais, por vezes em regime de clínica dia e também em internamentos.

Após a Reforma Psiquiátrica, a maioria das instituições no Brasil entende que a pessoa com transtorno mental (ou o usuário, como são chamadas estas pessoas pelo SUS), deve retornar o quanto antes para sua família e para suas atividades de rotina, visto que geralmente este usuário pode e deve recuperar suas faculdades, responsabilidades e papéis.

Neste sentido, a Musicoterapia oferece uma grande contribuição para as instituições, pois facilmente ajuda os usuários a interagir, a estar em grupo e a retomar sua identidade, preferências, subjetividades.

Alguns comprometimentos que facilmente encontramos nesta área de atuação são: esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e dependências químicas.

A música traz muitos ganhos para os usuários de serviços de saúde mental e pode ser utilizada de maneiras muito eficazes para melhorar suas condições de saúde. Mas para que estes ganhos aconteçam, é preciso que a atividade seja coordenada por um musicoterapeuta, pois é ele quem percebe as demandas do grupo e as possíveis intervenções. Seguem alguns exemplos do que acontece na musicoterapia:

- Acolhimento e alteração do estado de humor dos participantes: O transtorno mental geralmente vem acompanhado de muitas perdas e a musicoterapia proporciona prazer, alívio e um maior reconhecimento de si e do que está preservado, bem como das possibilidades que persistem em cada pessoa, apesar dos acometimentos. Com isso, há uma melhora do estado de humor dos participantes, geralmente acompanhado pelo sentimento de acolhimento e de gratificação pessoal.

- Organização mental e conexões com a realidade: A confusão mental e a perda de conexão com a realidade também são situações comuns na área de saúde mental. Na musicoterapia, tocar músicas estruturadas melodicamente, harmonicamente e principalmente ritmicamente auxiliam as pessoas a organizar seus pensamentos, cognição e suas emoções, pois proporciona uma estrutura de apoio organizada, construída em conjunto com os demais participantes do grupo. Os participantes também são estimulados a interagir musicalmente com os demais, o que exige deles um esforço de conexão com a realidade.

- Alívio de fissuras e contenção: A música pode atuar como uma forma de contenção para usuários de droga, visto que auxilia nas prevenções de recaída e fortalece os participantes da musicoterapia em sua determinação pela abstinência, acolhendo seus anseios e trazendo momentos de alívio e de prazer pelo fazer musical.

- Reforço da identidade, criação de subjetividades e reconhecimento de si: As músicas produzidas em uma sessão de musicoterapia são repletas de memórias, impressões e emoções que, compartilhadas, contam as histórias dos participantes e os auxiliam a permanecer conectados com quem são. O reforço de suas identidades se faz presente quando a musicalidade de cada participante está atuando, contando sobre quem são e os fortalecendo para os enfrentamentos da vida. Daqui surgem ressignificações fundamentais para que questões importantes sejam elaboradas no decorrer do processo musicoterapêutico.

- Facilitação do surgimento de insights transformadores: Ao se apropriar de quem são, os participantes da musicoterapia podem descobrir quem querem ser e como querem agir em suas vidas. Muitas dessas percepções sobre si surgem a partir do tocar e do cantar na musicoterapia. Isso os auxilia em seus enfrentamentos cotidianos.

Muito mais termos para contar sobre a musicoterapia na saúde mental, então seguem abaixo alguns links com textos importantes de musicoterapeutas da área:







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Abraço e até breve!
Cintia Albuquerque

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